Deputada Carol Dartora recebeu 41 e-mails racistas com ameaças de morte em seu e-mail institucional na Câmara dos Deputados.

As mensagens continham frases ofensivas e violentas, como "macaca preta" e "Eu vou te matar e me masturbar para seu corpo sem vida, sua putinh*" ¹.

Essas ameaças não são isoladas, pois Carol Dartora já havia sofrido ataques racistas em 2020, quando foi eleita vereadora de Curitiba. Na época, ela disse que já havia perdido as contas de quantos ataques racistas sofreu apenas naquelas eleições ¹.

Diante dessas ameaças, Carol Dartora afirmou que não se intimidará e continuará lutando por justiça, igualdade e respeito. Ela ressaltou que essas ameaças são um ataque não só a ela, mas a todas as mulheres negras que ousam ocupar espaços de poder ¹.

A deputada acionou a Polícia Legislativa, Polícia Federal e o Ministério Público Federal para investigar as ameaças.

Segundo Dartora, as ameaças começaram no dia 14 de outubro deste ano. Desde então, foram 43 e-mails com este tipo de conteúdo.

"Estou em um ponto em que sinto que isso está afetando minha saúde. O medo tem me paralisado, ao ponto de que sair de casa se torna um desafio e me sinto constantemente em alerta, com receio de desconhecidos. Como deputada federal, meu trabalho exige presença pública, pensamento estratégico e soluções para enfrentar o racismo estrutural no Brasil, mas, diante dessa violência, tudo se torna extremamente difícil", conta.

“Quando uma representante eleita é ameaçada pela cor de sua pele, pelo seu gênero, pela coragem de defender o que é justo, todos nós perdemos. Esse é um ataque ao sonho de uma sociedade onde ninguém precisa se esconder ou temer pela própria segurança”, alertou Dartora. 

Ameaças recorrentes

Esta não é a primeira vez que Carol Dartora recebe ameaças de morte – isso já havia ocorrido em 2020, quando se elegeu vereadora em Curitiba (PR), e em 2022. 

No primeiro caso, a investigação ainda está em fase inicial de inquérito para identificar todos os envolvidos. No segundo, a PF conseguiu rastrear o local de onde partiram as ameaças, mas não identificou o autor. 

“A violência que enfrento é também uma violência contra a democracia, contra o direito de cada brasileira e brasileiro a um Brasil onde todos possam se expressar livremente, sem medo”, diz a deputada.